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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Texto de: José Maria Souza Costa.

Eu não tenho mais a minha. E você, tem a sua ?
A minha, era minha amiga. Meu confessionário. Meu porto. Meu cais. Minha âncora.
Meu todo. Minha luz. Minha guia. Meu ponto de referência, neste caminhar de Vida.
Não teve irmãos. Teve somente dois tios. Acolheu-os,  até o último suspiro. Religiosa.
Escancarava a casa pobre, aos meus amigos e dos meus irmãos. Sorria. Dançava. Ensinou-me a dançar boleros, valsas,  e sambas. Cantava. Adorava sair fantasiada de mascarada, nas festas carnavalescas. Não era rica. Nem arremediada. Era uma paupérrima. Mas, digna e honrada. Lavadeira de roupas, em uma tábua, na beira do Rio Mearim, no interior do Estado do Maranhão. Artesã, fazia todos os meus chapéus. De todos os modelos e do jeito que eu desenhava. De pano ! De palha ! De papel. De folhas de palmeiras. Do modelo Panamá. Rendeira. Bordadeira. Costureira. Me fez entender cedo que precisaríamos estudar, senão não chegaríamos em lugar nenhum. Eu, e os meus irmãos, acordava-nos à 05 horas da manhã, acendia a lamparina da cozinha e mandava -nos preparar a lição. Pedia, para lutarmos pela nossa independência social. Não queria ser envergonhada. Dizia, não querer nenhuma recompensa financeira, apenas, que fossemos cidadãos do bem. Formou todos os filhos. Somos cinco. Só não tem Curso Superior entre nós quem não quis ou não quer. Meu irmão mais moço, é Maestro do Exército Brasileiro.  Hoje, com a sua perda, os meus dias nunca mais foram os mesmos. Há 07 anos, perdi o meu todo, por que o MEU TUDO, foi-se embora, e depois desse tempo, é a primeira vez que retorno  ao Estado do Maranhão. Envolvo-me, com o véu da tristeza e os edredons da Saudade. Saudades. Por que, a encontrarei apenas no silêncio do Campo Santo, ou pendurada em um quadro na parede .  Saudade. Saudades. A imagem que carrego comigo, é, ela na porta sorridente, esperando-me com os braços abertos, em minha chegada. Hoje, somente recordações  de um tempo de felicidade, amizade, companheirismo com infindas recordações. Imortal para mim. Maria Sousa Costa. Eternizada, nos corações dos meus irmãos. Ainda uma vez, sem Adeus.

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